Programas de Leitura são ações de grande amplitude de atuação que, através de metas estabelecidas, colocam em prática as definições e linhas de orientação das Políticas Públicas de Leitura dos Países. Neste segmento, apresentamos os Programas de Leitura instituídos no Brasil.
Programas Ibero Americanos
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TÍTULO
PROGRAMA LEIA BRASIL
- DESCRIÇÃO
Instituição
O programa Leia Brasil foi criado em 1992 e extinto em 2010. Teve como objetivo consolidar a imagem da Petrobrás como empresa cidadã, através de ações que privilegiassem o fomento à leitura e à formação de leitores, em escolas da rede pública de ensino, localizadas no entorno das instalações da empresa, em alguns municípios do país.
Princípios norteadores do programa
O Leia Brasil fez uma opção explícita pela literatura. Apoiava-se na crença de que a ficção oferece um material instigante, questionador, prazeroso, condições indispensáveis para a formação de leitores críticos, criativos e com autonomia de participação no mundo onde estão inseridos.
Critérios de seleção do acervo
Foram adquiridos acervos selecionados a partir de rigorosa avaliação da equipe pedagógica do Programa. Além de um acervo de livros o caminhão trazia para oferecer aos interessados uma “Gibiteca” com gibis e revistas renovados a cada mês, disponíveis para empréstimo e para serem lidos durante a visita. Trazia também uma “Videoteca” com vídeos de ficção e educativos para que as escolas os utilizassem nos dias das visitas.
Formação de mediadores
Entendendo que nem sempre o professor é um leitor, o Leia Brasil buscava envolvê-los no programa de modo a promovê-los à condição de mediadores da leitura.
Ações
Criação de uma biblioteca itinerante, fazendo a adaptação interna de um “caminhão-baú”, para abrigá-la. Circulação pelas escolas públicas, realizando visitas mensais a cada escola para empréstimo e devolução dos livros de seu acervo. Posteriormente, para atrair as crianças para o mundo mágico da leitura, o Leia Brasil passou a promover, a cada visita do caminhão, atividades paralelas, com a realização de oficinas de teatro, artes plásticas, recreação, mímica, criação e produção literárias, visitas de autores, contadores de histórias, itinerância de exposições, entre outras. Além disso, foram programadas atividades externas como visitas a museus e centros culturais.
Abrangência
Inicialmente a biblioteca itinerante circulava por 47 escolas públicas do Grande Rio de Janeiro. Posteriormente, com sua expansão atendia um total de 627 escolas em 95 municípios dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Sergipe e Alagoas.
Características e levantamento do material em análise
O material analisado compreende folders, documentos impressos, revistas, livros, filmes e vídeos contendo entrevistas, palestras, espetáculos de teatro, apresentações musicais e outras manifestações culturais. Está em bom estado de conservação e, parte dele, disponível nessa plataforma.
Critérios de triagem
A triagem foi feita preliminarmente selecionando o material impresso. O restante do material foi analisado pela área tecnológica que, considerando sua relevância, incluía na plataforma.
- STATUS
O Programa encerrou as atividades em 2010 por decisão da Petrobrás.
- RESULTADOS
Os números do programa foram estimulantes. Mais de meio milhão de estudantes e 16.500 professores foram atendidos, com pouco menos de 5 milhões de empréstimos por ano: uma média de aproximadamente 8,5 livros a cada ano por leitor, mesmo sem considerar a circulação dos livros entre alunos e professores. A cada dia letivo, os caminhões-biblioteca da Petrobrás recebiam cerca de 28 mil estudantes e professores. Uma média de 1.750 visitas diárias por unidade. A importância do Programa para a formação do hábito da leitura e consequente contribuição para o desenvolvimento da cidadania foi reconhecida não somente pelos segmentos da população diretamente envolvidos com o projeto, mas também por integrantes do Poder Público nas esferas federal, estadual e municipal; imprensa; escritores e artistas em geral; educadores, ONG’s, entre outros.
- LINK:
- TÍTULO
PROGRAMA NACIONAL DE INCENTIVO À LEITURA – PROLER
- DESCRIÇÃO
Instituição
O PROLER, Programa Nacional de Incentivo à Leitura, foi instituído oficialmente pelo Governo Federal, através do Decreto nº 519, de 13 de maio de 1992, e, após 25 anos de existência, mantém-se atuando para os que se interessam em adotá-lo em seus municípios. Tem como órgão gestor a Fundação Biblioteca Nacional, instituição subordinada ao Ministério da Cultura- MinC, e que, na época de sua criação era presidida pelo escritor e poeta Affonso Romano de Sant’Anna. Tem origem em uma pesquisa coordenada e orientada pela Profª Eliana Yunes, desenvolvida na FNLIJ, com apoio da FINEP, apresentando como conclusão, em 1989, uma avaliação crítica das ações do Estado na promoção da leitura, no período entre 1889 e 1989, ou seja, em cem anos do período republicano. A síntese desta avaliação compõe o texto de apresentação do documento “Anteprojeto para uma Política Nacional de Incentivo à Leitura”, onde se registra, em especial, o resultado das análises das últimas quatro décadas, ou seja, a partir dos anos cinquenta. Estas análises concluem que falta decisão política na promoção da leitura, no país, e que as estratégias do governo são frouxas, intermitentes e superficiais. Lembra que boas intenções não bastam nem campanhas nacionais de alfabetização, sem considerar o tempo humano. Questiona, ainda, como é possível formar leitores se estatisticamente o professor não é um leitor? A partir desse Anteprojeto, forjou-se o primeiro documento oficial, no País, que discutia a necessidade de se tratar a leitura através da perspectiva de Política Nacional devido à sua importância como motor de fortalecimento da cidadania e de desenvolvimento econômico. Foi apresentado, então, ao Ministro da Cultura o documento, “Por uma Política Nacional de Leitura”, de autoria de Eliana Yunes, Assessora Especial do PROLER, na Fundação Biblioteca Nacional.
Princípios norteadores do programa
O PROLER apresentou-se, desde sua criação, como um programa diferente do que até então havia, como propostas. Inicialmente, duas características o diferem: a desescolarização da leitura, ampliando o tema para além da escola e da alfabetização, e o conceito amplo de leitura, que não se limita à do texto escrito. Esta perspectiva se traduz nos princípios teórico-metodológicos que norteiam o programa, entendendo a leitura em sua dimensão semiótica, a leitura como prazer, como ato de interpretação, com repercussões biológicas e psicológicas que afetam o “corpo” social e individual do homem, como exercício de interação de várias ordens, mobilizadas pelo leitor frente ao texto, a partir de suas vivências e suas histórias de leitura, leitura perspicaz e aberta capaz de desnudar ideologias e doutrinas, leitura lato sensu, que percorre as várias áreas do conhecimento, enfim, atividade que vai da leitura do mundo – na ilusão das coisas tais como se apresentam aos indivíduos – à leitura de mundo – filtrada pela interpretação.
Abrangência: O programa era oferecido a todos os municípios e estados do país. Entre 1992 e 1996, foram visitados 600 (seiscentos) municípios organizados em 93 Comitês interinstitucionais com apoio de empresas e instituições públicas e privadas.
Ações
Com vistas a se instituir como uma Política Nacional, o PROLER vislumbrou a necessidade de se articular nacional e internacionalmente em especial com os países ibero-americanos, ainda em fase de organização de suas políticas de leitura, como o Brasil. A Articulação Nacional deu-se através de Conferências, Espaços Teóricos e Oficinas entre 1992 e 1996, dos quais participavam todos os que se interessavam pela promoção da leitura e pela formação de leitores no País. Os documentos registram o apoio do CERLALC às reuniões de Políticas de Leitura, envolvendo, inicialmente, oito países.
Parcerias
Além das Prefeituras Municipais e dos Secretários municipais e estaduais da Educação e da Cultura, as Universidades, as Bibliotecas, as escolas públicas e particulares participavam como parceiros. Assim aconteceu no Módulo I do PROLER/UESB no Seminário Diocesano de Vitória da Conquista.
Metodologia
Compromisso formal assumido pelo município interessado entre as autoridades e instituições locais e a Fundação Biblioteca Nacional.
Oferta de um ou dois técnicos do PROLER para organizar o comitê local interinstitucional.
Organização do primeiro módulo, de cinco que compõem o programa, com a convocação de especialistas que se integram a uma equipe formada por profissionais da região, que vai formar o futuro núcleo pedagógico local.
Desse protocolo, consta oficialmente o empenho na realização das etapas de um programa de, no mínimo, dois anos, envolvendo toda a comunidade, numa série de iniciativas articuladas.
- STATUS
O PROLER, nesses 25 anos, firmou-se na maioria dos estados da Federação, tendo, atualmente, 82 Comitês em funcionamento, apesar das alterações conceituais e estratégicas.
- RESULTADOS
Logo nos primeiros anos de atividade, o PROLER conquistou a adesão de mais de 600 municípios, em todas as regiões do país. Criado em 1992, ainda hoje, com 25 anos de existência, mantém seus Comitês, servindo de referência para outros programas de leitura e formação de leitores.